No
post anterior, falei sobre o Canal Grande
e a Piazza San Marco (leia aqui).
Agora vamos conhecer a Basilica, o Campanille e a Torre dell´Orologio.
Cheiros
Basilica di San Marco
A basílica – uma das mais
famosas/conhecidas do mundo – mistura estilos arquitetônicos e decorativos do
oriente e do ocidente, criando uma construção grandiosa e impresionante. A
fachada é toda decorada com tesouros adquiridos nos domínios estrangeiros – no
período da República de Veneza – com muitas colunas, baixo-relevos, mármores de
várias cores e réplicas de quatro cavalos de bronze dourado (os originais –
trazidos de Constantinopla em 1204 e colocados na fachada da basílica em 1254
estão, atualmente, expostos no museo da própria basílica). Os cinco portões são
decorados com mosaicos de várias épocas, lindos e perfeitos, parecem pinturas
com brilho.
Detalhe dos cavalos (réplicas) na fachada da Basílica |
As imagens retratadas nos
mosaicos da fachada representam: no portal principal, o Juízo Final, e nos
outros quatro portões, o roubo do corpo de São Marcos, em Alexandria, na frente
de guardas muçulmanos; a chegada do corpo de São Marcos em Veneza, o corpo de
São Marcos sendo levado para a basílica, e o corpo de São Marcos sendo
reverenciado pelos venezianos.
Porta Principal da Basílica |
Detalhe Mosaico que representa O Juízo Final |
A igreja é construída em
formato de cruz grega (em formato quadrado - reta com braços de mesmo tamanho)
com cinco domos enormes, inspirada na Igreja dos Apóstolos de Constantinopla,
tendo levado vários séculos para ser concluída. Na verdade, esta é a terceira
igreja erguida no local: a primeira igreja guardava o corpo de São Marcos, no
século IX, e foi destruída por um incêndio, a segunda igreja foi destruída para
que pudesse ser substituída por outra maior e mais grandiosa, refletindo o
crescente poder de Veneza. A partir de 1075, todos os navios que voltavam do exterior
tinham, por obrigação legal, que trazer algum presente para enfeitar a “casa de
São Marcos”.
Até 1807 esta igreja era a
capela particular do Doge, usada apenas para cerimônias oficiais e
particulares. A partir deste ano substituiu a Igreja San Pietro di Castello
como a Catedral de Veneza.
Realmente a igreja é linda, um
pouco escura é verdade, mas grandiosa. Chega até a assustar, pela grandiosidade
e opulência na decoração. A entrada na basílica é gratuita e forma uma fila
grande para entrar, mas anda rápido. Não pode entrar com mochilas/malas, que
devem ser deixadas no guarda-volumes (não paga nada) localizado num beco do
lado esquerdo da Piazzetta dei Leoncini
(ao lado da basílica). Tem indicação com setas para chegar ao local. É bom
deixar a mochila logo lá, antes de entrar na fila, pois com certeza o segurança
vai mandar você sair da fila e guardar a mochila (se o segurança foi
“bonzinho”, manda você voltar direto, sem entrar na fila novamente – foi o
nosso caso - ....mas não vale confiar, né?).
Piazzetta dei Leoncini (ao lado direito está a lateral da Basílica) |
Logo na entrada, antes da
porta de acesso à igreja, tem uma escada à direita que leva ao Museu (com a
indicação de Loggia dei Cavalli),
paga para entrar – 5 euros, onde estão expostos os cavalos de bronze dourados
(cujas réplicas estão na fachada), que foram roubados de uma antiga pista de
corridas em Constantinopla (atual Istambul), em 1204, além de mosaicos,
manuscritos medievais e tapeçarias antigas. Do museu é possível ter uma visão
panorâmica de nave principal da igreja (e dos mosaicos espalhados pelo teto), e
também há um acesso à sacada onde estão as réplicas dos cavalos com visão
completa da Piazza San Marco. Rende
uma linda visão da Torre dell´Orologio e boas fotos da praça.
Entrando na basílica, é
possível apreciar os mosaicos das paredes, que cobrem uma área de
aproximadamente 8.000 m2, na maioria, dos séculos XII e XIII (alguns
foram substituídos por obras de Ticiano e Tintoretto) que contam a história de
Cristo, de São Marcos e outros santos.
O domo da nave central, todo
decorado com mosaicos, que respresenta Pentecostes, com os apóstolos sendo
atingidos por línguas de fogo, e o domo principal, também coberto por mosaicos,
que representa a Ascensão de Cristo, com Cristo cercado pelos doze apóstolo,
Maria e anjos, são criações de artesãos venezianos nos século XII e XIII,
respectivamente.
Domo central - mosaico de Ascensão de Cristo |
Detalhe central do mosaico - Ascensão de Cristo |
O piso, de mosaicos, mármore
colorido e vidro, representam padrões geométricos e figuras de animais. Por sua
irregularidade, algumas áreas estão isoladas e existe um percurso para os
turistas seguir.
Antes do altar principal há um
portal de mármore – de cores diversas – com oito colunas, também em mármore,
que sustentam uma cruz de bronze dourada, no meio, ladeada por imagens do
Divino Redendor, dos Evangelistas e Doutores da Igreja.
Detalhe mosaico que representa São Marcos no altar mor |
No altar principal está guardado
os restos mortais de São Marcos, que teria sumido no incêndio de 976, que
destruiu a primeira igreja construída neste local, e reaparecido quando a nova
igreja foi consagrada em 1094. Por trás deste altar está uma peça coberta de
jóias – a Pala d´Oro: são 250 pinturas esmaltadas sobre folhas de ouro, com
pedras preciosas, como pérolas, rubis, safiras e ametistas (muitas delas
roubadas por Napoleão em 1797), que formam um painel impressionante. Para
visitar esta área e ver a Pala D´Oro paga-se uma taxa – 2 euros.
O Tesoro guarda objetos
preciosos da Itália e de Constantinopla, e fica do lado direito da basílica,
também com entrada paga – 3 euros.
Os mapas abaixo foram
retirados do site da basílica (www.basilicasanmarco.it) e são bem úteis (pena
que não fiz isso antes de viajar, snif...snif), pois não há mapa ou folder
disponível para os turistas (o que achei bem falho na maiorias das igrejas da
Itália) irem acompanhando as belezas e detalhes/curiosidades da construção.
Site:
Horário:
Outubro a Março/Abril (Páscoa)
Basílica: Segunda a Sábado:
9:45 às 17 h // Domingo: 14 às 16 h
Museu: 9:45 às 16:45 h
Tesoro e Pala D´Oro: Segunda a
Sábado: 9:45 às 16 h // Domingo: 14 às 16 h
Março/Abril (Páscoa) a
Setembro
Basílica: Segunda a Sábado:
9:45 às 17 h // Domingo: 14 às 17 h
Museu: 9:45 às 16:45 h
Tesoro e Pala D´Oro: Segunda a
Sábado: 9:45 às 17 h // Domingo: 14 às 17 h
Ingresso:
Basílica: gratuita
Museu: 5 euros
Tesoro: 3 euros
Pala D´oro: 2 euros
Campanile
O Campanile di San Marco é o campanário da Basilica di San Marco, ou seja, a torre onde ficam os sinos da
igreja, com 98,6 m de altura, que abriga cinco sinos. No topo do campanário
existe um cubo onde estão representados leões (símbolo de São Marcos) e a
representação feminina de Veneza (la
Giustizia – a Justiça) coroado por um cata-vento dourado com a figura do
Arcanjo Gabriel. A primeira torre erguida neste local, em 1173, servia como
farol para auxiliar os navegadores da laguna. Na Idade Média foi utilizado como
prisão, onde os prisioneiros eram deixados à morte numa gaiola pendurada no
topo (que horror, hein???).
Tem a forma atual, desde 1514,
e ao longo dos anos sofreu reformas, principalmente para consertar estragos
decorrentes de raios. Em 1902 a torre desmoronou, sendo reconstruída “dov´era e
com´era” (onde era e como era) e inaugurada em 1912, no dia 25 de abril, dia da
Festa de São Marcos.
Foi aqui que Galileu fez a
demonstração de seu telescópio para o Doge Leonardo Donà, em 1609, necessitando
escalar a rampa interna.
Lá do alto é possível ter uma
visão fantástica da cidade. E para subir, nem é sacrifíco, vai de elevador,
pagando 8 euros, porém como a fila estava enorme, não subimos (que me arrependi
horrores depois...mais um motivo para voltar a Veneza...kkkk), então não posso
confirmar se a vista é realmente espetacular...mas imagino que seja.
Site:
Horário:
Outubro - Diariamente: 9 às 19
h
Novembro a Março/Abril
(páscoa) – Diariamente: 9:30 às 15:45 h
Março/Abril (Páscoa) a Junho –
Diariamente: 9 às 19 h
Julho a Setembro –
Diariamente: 9 às 21 h
Ingresso:
8 euros
Torre dell´Orologio
A torre foi construída no fim
do século XV, para abrigar um grande relógio, inaugurado em 1499, em azul e
dourado, que além das horas em números romanos de 1 a 24, mostra as fases da
lua e os signos do zodíaco.
Acima do relógio está uma
imagem da Virgem Maria, e acima desta, o leão alado de São Marcos (sempre
presente nas construções de Veneza) num fundo azul com várias estrelas. No topo
da torre, duas figuras de bronze, um velho e um jovem – mostrando a passagem do
tempo - tocam o enorme sino de hora em hora....e tocam mesmo....kkkk.
Detalhe da Escultura da Virgem com o Menino |
Detalhe Escultura do Leão alado (símbolo de São Marcos) |
Detalhe sino com duas esculturas que simbolizam a passagem do tempo |
Diz a lenda que, após a
conclusão da torre, seus inventores tiveram os olhos arrancados para não
copiarem o projeto em outro local. Que horror.....
É possível visitar a parte
interna, para conhecer as engrenagens do relógio, com horário para visita
guiada em italiano, em inglês e em francês, pagando 12 euros. Não fizemos esta
visita, até mesmo por não ter dado tanta importância ao local e ter achado o
ingresso caro, mas confesso que me arrependi após pesquisar mais sobre o
assunto para escrever este post (mais um motivo para voltar a Veneza....kkkkk).
O relógio era tão preciso na
marcação das horas, que em 1858 determinou-se que todos os relógios de Veneza
fossem ajustados por ele. Recentemente, o relógio foi restaurado por suiços da
fábrica Piaget, garantindo a continuidade da precisão da marcação das horas.
Conferi com meu relógio e bateu certinho J.
Site:
Horário:
Visita em Italiano:
Diariamente: 12 e 19 h
Visita em Inglês: Segunda a
Quarta: 10 e 11 h // Quinta a Domingo: 14 e 15 h
Visita em Francês: Segunda a
Quarta: 14 e 15 h // Quinta a Domingo: 10 e 11 h
Ingresso:
12 euros (dá direito a entrar
no Museo Correr)