quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Veneza: o que conhecer (parte 2)

No post anterior, falei sobre o Canal Grande e a Piazza San Marco (leia aqui). Agora vamos conhecer a Basilica, o Campanille e a Torre dell´Orologio.


Basilica di San Marco
A basílica – uma das mais famosas/conhecidas do mundo – mistura estilos arquitetônicos e decorativos do oriente e do ocidente, criando uma construção grandiosa e impresionante. A fachada é toda decorada com tesouros adquiridos nos domínios estrangeiros – no período da República de Veneza – com muitas colunas, baixo-relevos, mármores de várias cores e réplicas de quatro cavalos de bronze dourado (os originais – trazidos de Constantinopla em 1204 e colocados na fachada da basílica em 1254 estão, atualmente, expostos no museo da própria basílica). Os cinco portões são decorados com mosaicos de várias épocas, lindos e perfeitos, parecem pinturas com brilho.



Detalhe dos cavalos (réplicas) na fachada da Basílica
As imagens retratadas nos mosaicos da fachada representam: no portal principal, o Juízo Final, e nos outros quatro portões, o roubo do corpo de São Marcos, em Alexandria, na frente de guardas muçulmanos; a chegada do corpo de São Marcos em Veneza, o corpo de São Marcos sendo levado para a basílica, e o corpo de São Marcos sendo reverenciado pelos venezianos.
Porta Principal da Basílica
Detalhe Mosaico que representa O Juízo Final 
A igreja é construída em formato de cruz grega (em formato quadrado - reta com braços de mesmo tamanho) com cinco domos enormes, inspirada na Igreja dos Apóstolos de Constantinopla, tendo levado vários séculos para ser concluída. Na verdade, esta é a terceira igreja erguida no local: a primeira igreja guardava o corpo de São Marcos, no século IX, e foi destruída por um incêndio, a segunda igreja foi destruída para que pudesse ser substituída por outra maior e mais grandiosa, refletindo o crescente poder de Veneza. A partir de 1075, todos os navios que voltavam do exterior tinham, por obrigação legal, que trazer algum presente para enfeitar a “casa de São Marcos”.

Até 1807 esta igreja era a capela particular do Doge, usada apenas para cerimônias oficiais e particulares. A partir deste ano substituiu a Igreja San Pietro di Castello como a Catedral de Veneza.

Realmente a igreja é linda, um pouco escura é verdade, mas grandiosa. Chega até a assustar, pela grandiosidade e opulência na decoração. A entrada na basílica é gratuita e forma uma fila grande para entrar, mas anda rápido. Não pode entrar com mochilas/malas, que devem ser deixadas no guarda-volumes (não paga nada) localizado num beco do lado esquerdo da Piazzetta dei Leoncini (ao lado da basílica). Tem indicação com setas para chegar ao local. É bom deixar a mochila logo lá, antes de entrar na fila, pois com certeza o segurança vai mandar você sair da fila e guardar a mochila (se o segurança foi “bonzinho”, manda você voltar direto, sem entrar na fila novamente – foi o nosso caso - ....mas não vale confiar, né?).
Piazzetta dei Leoncini (ao lado direito está a lateral da Basílica)
Logo na entrada, antes da porta de acesso à igreja, tem uma escada à direita que leva ao Museu (com a indicação de Loggia dei Cavalli), paga para entrar – 5 euros, onde estão expostos os cavalos de bronze dourados (cujas réplicas estão na fachada), que foram roubados de uma antiga pista de corridas em Constantinopla (atual Istambul), em 1204, além de mosaicos, manuscritos medievais e tapeçarias antigas. Do museu é possível ter uma visão panorâmica de nave principal da igreja (e dos mosaicos espalhados pelo teto), e também há um acesso à sacada onde estão as réplicas dos cavalos com visão completa da Piazza San Marco. Rende uma linda visão da Torre dell´Orologio e boas fotos da praça.


Entrando na basílica, é possível apreciar os mosaicos das paredes, que cobrem uma área de aproximadamente 8.000 m2, na maioria, dos séculos XII e XIII (alguns foram substituídos por obras de Ticiano e Tintoretto) que contam a história de Cristo, de São Marcos e outros santos.

O domo da nave central, todo decorado com mosaicos, que respresenta Pentecostes, com os apóstolos sendo atingidos por línguas de fogo, e o domo principal, também coberto por mosaicos, que representa a Ascensão de Cristo, com Cristo cercado pelos doze apóstolo, Maria e anjos, são criações de artesãos venezianos nos século XII e XIII, respectivamente.
Domo central - mosaico de Ascensão de Cristo
Detalhe central do mosaico - Ascensão de Cristo 
O piso, de mosaicos, mármore colorido e vidro, representam padrões geométricos e figuras de animais. Por sua irregularidade, algumas áreas estão isoladas e existe um percurso para os turistas seguir.

Antes do altar principal há um portal de mármore – de cores diversas – com oito colunas, também em mármore, que sustentam uma cruz de bronze dourada, no meio, ladeada por imagens do Divino Redendor, dos Evangelistas e Doutores da Igreja.

Detalhe mosaico que representa São Marcos no altar mor
No altar principal está guardado os restos mortais de São Marcos, que teria sumido no incêndio de 976, que destruiu a primeira igreja construída neste local, e reaparecido quando a nova igreja foi consagrada em 1094. Por trás deste altar está uma peça coberta de jóias – a Pala d´Oro: são 250 pinturas esmaltadas sobre folhas de ouro, com pedras preciosas, como pérolas, rubis, safiras e ametistas (muitas delas roubadas por Napoleão em 1797), que formam um painel impressionante. Para visitar esta área e ver a Pala D´Oro paga-se uma taxa – 2 euros.

O Tesoro guarda objetos preciosos da Itália e de Constantinopla, e fica do lado direito da basílica, também com entrada paga – 3 euros.

Os mapas abaixo foram retirados do site da basílica (www.basilicasanmarco.it) e são bem úteis (pena que não fiz isso antes de viajar, snif...snif), pois não há mapa ou folder disponível para os turistas (o que achei bem falho na maiorias das igrejas da Itália) irem acompanhando as belezas e detalhes/curiosidades da construção.


Site:
Horário:
Outubro a Março/Abril (Páscoa)
Basílica: Segunda a Sábado: 9:45 às 17 h // Domingo: 14 às 16 h
Museu: 9:45 às 16:45 h
Tesoro e Pala D´Oro: Segunda a Sábado: 9:45 às 16 h // Domingo: 14 às 16 h
Março/Abril (Páscoa) a Setembro
Basílica: Segunda a Sábado: 9:45 às 17 h // Domingo: 14 às 17 h
Museu: 9:45 às 16:45 h
Tesoro e Pala D´Oro: Segunda a Sábado: 9:45 às 17 h // Domingo: 14 às 17 h
Ingresso:
Basílica: gratuita
Museu: 5 euros
Tesoro: 3 euros
Pala D´oro: 2 euros

Campanile
O Campanile di San Marco é o campanário da Basilica di San Marco, ou seja, a torre onde ficam os sinos da igreja, com 98,6 m de altura, que abriga cinco sinos. No topo do campanário existe um cubo onde estão representados leões (símbolo de São Marcos) e a representação feminina de Veneza (la Giustizia – a Justiça) coroado por um cata-vento dourado com a figura do Arcanjo Gabriel. A primeira torre erguida neste local, em 1173, servia como farol para auxiliar os navegadores da laguna. Na Idade Média foi utilizado como prisão, onde os prisioneiros eram deixados à morte numa gaiola pendurada no topo (que horror, hein???).

Tem a forma atual, desde 1514, e ao longo dos anos sofreu reformas, principalmente para consertar estragos decorrentes de raios. Em 1902 a torre desmoronou, sendo reconstruída “dov´era e com´era” (onde era e como era) e inaugurada em 1912, no dia 25 de abril, dia da Festa de São Marcos.

Foi aqui que Galileu fez a demonstração de seu telescópio para o Doge Leonardo Donà, em 1609, necessitando escalar a rampa interna.

Lá do alto é possível ter uma visão fantástica da cidade. E para subir, nem é sacrifíco, vai de elevador, pagando 8 euros, porém como a fila estava enorme, não subimos (que me arrependi horrores depois...mais um motivo para voltar a Veneza...kkkk), então não posso confirmar se a vista é realmente espetacular...mas imagino que seja.

Site:
Horário:
Outubro - Diariamente: 9 às 19 h
Novembro a Março/Abril (páscoa) – Diariamente: 9:30 às 15:45 h
Março/Abril (Páscoa) a Junho – Diariamente: 9 às 19 h
Julho a Setembro – Diariamente: 9 às 21 h
Ingresso:
8 euros

Torre dell´Orologio
A torre foi construída no fim do século XV, para abrigar um grande relógio, inaugurado em 1499, em azul e dourado, que além das horas em números romanos de 1 a 24, mostra as fases da lua e os signos do zodíaco.
 
Detalhe do relógio com a indicação das horas, fazes da lua e signos do zodíaco
Acima do relógio está uma imagem da Virgem Maria, e acima desta, o leão alado de São Marcos (sempre presente nas construções de Veneza) num fundo azul com várias estrelas. No topo da torre, duas figuras de bronze, um velho e um jovem – mostrando a passagem do tempo - tocam o enorme sino de hora em hora....e tocam mesmo....kkkk.
Detalhe da Escultura da Virgem com o Menino
Detalhe Escultura do Leão alado (símbolo de São Marcos)
Detalhe sino com duas esculturas que simbolizam a passagem do tempo
Diz a lenda que, após a conclusão da torre, seus inventores tiveram os olhos arrancados para não copiarem o projeto em outro local. Que horror.....

É possível visitar a parte interna, para conhecer as engrenagens do relógio, com horário para visita guiada em italiano, em inglês e em francês, pagando 12 euros. Não fizemos esta visita, até mesmo por não ter dado tanta importância ao local e ter achado o ingresso caro, mas confesso que me arrependi após pesquisar mais sobre o assunto para escrever este post (mais um motivo para voltar a Veneza....kkkkk).

O relógio era tão preciso na marcação das horas, que em 1858 determinou-se que todos os relógios de Veneza fossem ajustados por ele. Recentemente, o relógio foi restaurado por suiços da fábrica Piaget, garantindo a continuidade da precisão da marcação das horas. Conferi com meu relógio e bateu certinho J.

Site:
Horário:
Visita em Italiano: Diariamente: 12 e 19 h
Visita em Inglês: Segunda a Quarta: 10 e 11 h // Quinta a Domingo: 14 e 15 h
Visita em Francês: Segunda a Quarta: 14 e 15 h // Quinta a Domingo: 10 e 11 h
Ingresso:
12 euros (dá direito a entrar no Museo Correr)

Cansei JJJJ. Continuaremos com Veneza (parte 3).

Cheiros

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Jardim em varandas pequenas

Cada vez mais moramos em apartamentos e, cada vez mais os apartamentos são menores....as varandas então...kkk. Quem sempre morou em casa e agora está morando em apartamento, ou mesmo quem já nasceu morando em apartamento, e sente falta de um jardinzinho, de um espaço verde, de contato com a natureza, nada melhor do que transformar a varanda em jardim, nem que seja uma parede-jardim.

Vi algumas sugestões bem simples, na internet, e outras mais sofisticadas....vai depender do espaço e do “bolso” do morador né? Tem até sugestão de horta...uma delícia.

É ou não possível transformar aquela parede da varada num cantinho verde e florido?

Cheiros.








terça-feira, 13 de outubro de 2015

Veneza: o que conhecer (parte 1)

Aqui dei uma geral sobre Veneza. Agora vamos aos detalhes....kkkk

Canal Grande


O Canal Grande é o principal canal de Veneza, com 4 km de extensão, com profundidade média de 5 metros, chegando a 106 m entre as margens (média de 30/40 m de largura), sendo a maior via de navegação da cidade. Com formato de um grande “S”, corta toda a cidade, iniciando na laguna perto da estação de trem e terminando na Basilica di Santa Maria della Salute, próximo à Piazza San Marco.
foto da internet - vista área de Veneza com destaque para o Canal Grande
Ao longo do Canal Grande é possível admirar belas construções, como as pontes: Ponte della Constituzione (Ponte da Constituição), Ponte degli Scalzi (Ponte dos Descalços), Ponte di Rialto, Ponte dell´Accademia; os palazzi (edifícios): Museo di Storia Naturale, Ca´Pesaro, Ca´d´Oro, Palazzo Sagredo, Ca´Rezzonico, Palazzo Grassi, Accademia, e as igrejas: Chiesa San Simeone Piccolo, Chiesa San Stae, Chiesa San Marcuola e Basilica Santa Maria della Salute.

Chiesa San Marcuola
Ponte dell´Accademia
Museo di Storia Naturale
Vista do canal
Vista do canal
Ca´d´Oro
Ponte Rialto
Basilica Santa Maria della Salute
Vista do canal ao entardecer

Um passeio pelo canal é suficiente para encantar-se por Veneza. Vale a pena fazer este passeio: se a grana estiver curta e não puder fazer de gôndola (como era nosso caso...kkkk) vai de vaporetto mesmo (leia a dica aqui do vaporetto nº 01)....mas procure sentar nas áreas externas ou pelo menos nas janelas para ir vendo todos os detalhes das construções das margens e também o movimento das embarcações pelo canal. Eu achei divertidíssimo, principalmente quando vi passando bombeiros, ambulância, coletor de lixo, correios, mudança, encomendas...tudo de barco (e olha que moro na cidade chamada de “Veneza Brasileira”...kkkkk). 
maridão admirando a vista - dentro do vaporetto
barco ambulância (pense numa sirene poderosa...kkkk_)
barco bombeiro
barco encomenda
barco coleta de lixo
Piazza San Marco

A Piazza San Marco (Praça de São Marcos) é a principal atração de Veneza, e também símbolo da República de Veneza, por ter sido palco dos muitos acontecimentos desta época. A praça nasceu, no século IX, como pequeno espaço gramado em frente à Basilica di San Marco original, ganhando o atual formato, em 1177, para o encontro do Papa Alexandre III com o Imperador Frederico Barba Roxa.

Ela foi sendo melhorada ao longo dos anos, com pavimentação e as construções ao redor, dando um encanto especial ao local.

Na entrada da piazza, na chamada Piazzetta, existem duas colunas de mármore com as estátuas do Leone di San Marco (leão alado que representa simbolicamente São Marcos e que também foi o símbolo da República de Veneza) e de San Todaro (santo bizantino e guerreiro, de origem grega, que viveu no século IV, considerado o primeiro padroeiro de Veneza).


Ao redor da praça estão a Basilica di San Marco, o Campanile, o Palazzo Ducale, o Museo Correr e a Torre dell´Orologio, pontos turísticos famosos que garantem milhares de turistas todo ano. Também tem lojas, cafés ao ar livre, restaurantes e os famosos pombos no centro da praça.



A beleza da praça foi descrita por Napoleão como a “mais elegante sala de estar da Europa”. E realmente é muito bonita, apesar de bem movimentada. Os restaurantes e cafés, ao ar livre, ficam lotados ao longo do dia, alguns deles com música ao vivo. Os pombos fazem a festa, basta dar uns farelinhos que eles logo encostam e rende ótimas fotos.

Em épocas de maré alta (acqua alta), como a praça é a área mais baixa de Veneza, fica logo alagada (não pegamos maré alta – ainda bem....kkk), impedindo um pouco o passeio, mas como a água baixa logo, não chega a ser “o fim do mundo”. 

Para a leitura não ficar cansativa, vou parar por aqui. No próximo post continuarei com Veneza (parte 2). Não percam.....

Cheiros

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Como chegar a Veneza

Pode-se chegar a Veneza de avião, trem, navio ou carro:

De avião: o aeroporto internacional Marco Polo fica na parte continental, em Veneza Mestre, e tem ligação com o centro histórico através de barcos ou ônibus. Os barcos (da empresa Alilaguna) fazem o percurso do aeroporto para pontos determinados ao longo do grande canal por 7 euros (linea Arancio – linha laranja é a mais útil para a mioria dos turistas), com saída a cada 15 minutos (tem a mesma opção para o sentido inverso). Se seu hotel ficar próximo de algum destes pontos, vale a pena utilizar este meio de transporte, pois é mais prático. Se dinheiro não é problema, ou estão viajando em grupo, a melhor opção é o barco-taxi, que leva até bem pertinho do hotel, inclusive circulando pelos canais menores e mais estreitos. Uma viagem de taxi gira em torno de 90 euros. Outra opção é o ônibus (Aerobus da empresa ATVO) que vai até a Piazzale Roma, em 20 minutos, por 6 euros, com saída a cada 30 minutos (tem a mesmo opção para o sentido inverso).

Abaixo, mapa dos percursos dos barcos da Alilaguna:


Para consultar mapa, horários e valores atualizados, consultar os sites das empresas Alilaguna (www.alilaguna.it) e ATVO (www.atvo.it).

De trem: a estação de trem em Veneza, fica no bairro Cannaregio, do outro lado da Piazzale Roma (separados por uma ponte de pedestres), e é chamada de Venezia Santa Lucia (não confundir com Venezia Mestre – que é a estação de trem anterior, na parte continental).



De navio: existem várias opções de cruzeiros que atracam em Veneza, vindo de várias partes do mundo. O porto da cidade – Porto Crociere ou Marittima - fica próximo a Piazzale Roma, e existe um monotrilho – chamado People Mover - que os liga (PortoPiazzale Roma), por 1 euro. Também é possível utilizar a linea Blu (linha azul) da Alilaguna que sai do terminal marítimo para pontos determinados ao longo do grande canal.

De carro: os carros devem ficar no estacionamento existente ao lado da Piazzale Roma, pois são proibidos de circular pela cidade.

Não importa como se chega a Veneza...o importante é chegar a Veneza...kkkk

Espero que gostem. Eu amei.

Cheiros