Muito
interessante o sistema de transporte ferroviário na Itália...e pelo que li...na
Europa como um todo. Realmente não é necessário alugar carro para conhecer a
Itália...o trem atende perfeitamente as necessidades dos turistas e da
população em geral (a não ser que queira fazer um roteiro mais pelo interior,
para conhecer as pequenas cidades da Toscana...aí sim, o carro é essencial...diga-se
de passagem que este roteiro já entrou na minha lista de “eu quero”...kkk).
Existem
duas empresas de trem na Itália, a estatal Trenitalia (www.trenitalia.it) e sua
concorrente, Italo (www.italotreno.it). A Italo só faz o percurso entre grandes
cidades e com poucas opções de horário. A Trenitalia atende toda a Itália e foi
nos trens dela que viajamos (até consultei as opções da Italo de Florença para
Roma, mas só tinha duas opções diárias, no final da tarde, pelo mesmo valor da
Trenitalia).
Não
posso comentar/avaliar os trens da Italo, mas dava para ver que eram novos (até
porque esta empresa começou a operar em abril de 2012). Ao contrário da Trenitalia,
cujos trens, na sua maioria, eram velhos, porém bem conservados e limpos.
Os trens de alta velocidade são chamados de “Freece” e possuem assento marcado. Se comprar com antecedência, pela internet, fica mais barato do que comprar na hora (quanto mais cedo comprar, mais barato fica – igual passagem de avião). Porém o bilhete/passagem também pode ser comprado na hora, em máquinas espalhadas pela estação de trem ou na bilheteria.
Trem de alta velocidade tipo Freece - de Florença para Roma |
Interior do trem de alta velocidade |
Trem Regionale - de Veneza para Pádua |
Trem Regionale - de Lucca para Florença O trem tinha primeiro andar e era novo |
Interior do Trem Regionale - 1ª classe |
Interior Trem Regionale - de Poggibonsi para Florença |
Interior Trem Regionale - de Lucca para Florença O trem tinha primeiro andar e era novo |
Interior Trem Regionale - de Lucca para Florença Fomos no primeiro andar |
Aqui
cabe um comentário: nas estações foi comum ver pessoas oferecendo ajuda aos
turistas para utilizar a máquina para comprar passagem. Não aceite essa ajuda –
pois fomos informados que muitas dessas pessoas estão ali para pedir dinheiro
ou até mesmo roubar os turistas. Inclusive este aviso era dado pelo sistema de som
da estação de trem e os guardas estavam sempre circulando e retirando-as da
estação. Cuidado......se tiver dúvidas para utilizar as máquinas, procurar um
funcionário uniformizado ou ir direto na bilheteria.
As máquinas são super simples de utilizar, podendo comprar com dinheiro (dá troco) ou cartão. Você escolhe a língua para as instruções da tela e vai seguindo o passo a passo: escolhe a origem e o destino da viagem, o dia da viagem, o horário e trem entre as opções disponíveis, classe, quantidade de passagem e forma de pagamento. Após a efetivação do pagamento, os bilhetes são impressos na hora.
Loja de Trenitalia na estação Venezia Santa Lucia |
Máquina par compra de bilhetes no saguão da estação Firenze Santa Maria Novella |
Os
trens regionais tem opções de classe: primeira e segunda classe. Não vale a
pena pagar mais caro pela primeira classe, pois os trechos são rápidos e não há
“essa” diferença entre as classes. Até compramos um trecho na primeira classe
para avaliarmos...mas não compensou....a única diferença era que o vagão era
exclusivo para os bilhetes de primeira classe e o assento um pouco maior. Para
os trens tipo “Freece” as variações de classe são maiores (consultar o site
para saber mais), mas compramos a mais barata mesmo (inclusive por indicação da
própria funcionária da Trenitalia) e o vagão e assento eram super confortáveis
e limpos.
Um
detalhe importante: os bilhetes dos trens regionais podem ser utilizados em até
60 dias após a sua aquisição. Por isso não vem a informação do dia, hora e trem
impressa no bilhete (foto abaixo). Ou seja, é possível viajar em qualquer trem,
em qualquer horário, dentro deste período, para o percurso comprado. Por isso
não tem assento marcado, podendo inclusive viajar em pé, se o trem estiver muito
cheio. Já nos trens tipo “Freece” todas as informações estão impressas no
bilhete (foto abaixo), ou seja, só pode viajar no trem comprado.
Não esquecer: para os trens regionais (sem assento marcado) é necessário validar o bilhete, antes de entrar no trem, em pequenas máquinas verdes (foto ao lado) espalhadas na estação de trem. Após esta validação, deve-se utilizar o bilhete em até 6 horas. Se não validar e, durante a viagem, o fiscal passar verificando os bilhetes, paga uma multa alta. Nos trens tipo “Freece” esta validação não é necessária (pois os assentos são marcados e só pode viajar no trem comprado).
Informações úteis:
-
plataforma de embarque chama-se “binario”.
Identificador da plataforma - letreiro com o número da plataforma e dados do trem |
Identificador da plataforma - apenas o número da plataforma |
Identificador do local onde o vagão do trem de alta velocidade tipo Freece irá parar - letreiro com o número do vagão |
-
no bilhete não consta o número da plataforma de embarque, tem que consultar no
painel/letreiro de informações da estação de trem.
-
no painel/letreiro de informações consta o destino final do trem (e seu destino
pode ser no meio do percurso), portanto é importante saber qual o número do
trem que irá pegar para se dirigir à plataforma correta.
- alguns trens não tem sistema de som ou painel luminoso para ir informando o nome das estações onde está parando. Ficar atento para a estação onde vai descer, pois o trem fica pouquíssimo tempo parado na estação. A dica é saber o percurso que o trem vai fazer para ir acompanhando as estações.
Letreiro no interior do trem indicando a próxima parada |
Letreiro no interior do trem indicando as próximas paradas |
Placa com o nome da estação de trem - onde o trem vai parando |
Placa com o nome da estação de trem - onde o trem vai parando |
-
os trens tem maleiro em cima das cadeiras ou locais próprios para bagagem no
início de alguns vagões. Como o trem fica pouco tempo parado em cada estação,
deixar a bagagem em local de fácil acesso para não se atrapalhar na hora do
desembarque.
A
avaliação final foi super positiva. Os trens nos atenderam perfeitamente, tanto
é que fizemos nossa viagem utilizando apenas os trens entre as cidades (não
alugamos carro). Andamos em vários tipos de trem: simples, de primeiro andar,
veloz, mais velho, mais novo....todos atenderam nossas necessidades, foram
pontuais (tinha lido que os trens na Itália eram impontuais.....não tivemos
este problema) e vazios (apenas o trecho entre Pádua – Florença estava cheio,
mas como era com assento marcado, não
houve problema).
No
próximo post, contarei (aqui) nossa experiência nos hoteis da Itália.
Cheiros.