terça-feira, 21 de julho de 2015

VIAJANDO DE TREM NA ITÁLIA

Muito interessante o sistema de transporte ferroviário na Itália...e pelo que li...na Europa como um todo. Realmente não é necessário alugar carro para conhecer a Itália...o trem atende perfeitamente as necessidades dos turistas e da população em geral (a não ser que queira fazer um roteiro mais pelo interior, para conhecer as pequenas cidades da Toscana...aí sim, o carro é essencial...diga-se de passagem que este roteiro já entrou na minha lista de “eu quero”...kkk).

Existem duas empresas de trem na Itália, a estatal Trenitalia (www.trenitalia.it) e sua concorrente, Italo (www.italotreno.it). A Italo só faz o percurso entre grandes cidades e com poucas opções de horário. A Trenitalia atende toda a Itália e foi nos trens dela que viajamos (até consultei as opções da Italo de Florença para Roma, mas só tinha duas opções diárias, no final da tarde, pelo mesmo valor da Trenitalia).

Não posso comentar/avaliar os trens da Italo, mas dava para ver que eram novos (até porque esta empresa começou a operar em abril de 2012). Ao contrário da Trenitalia, cujos trens, na sua maioria, eram velhos, porém bem conservados e limpos.




Os trens de alta velocidade são chamados de “Freece” e possuem assento marcado. Se comprar com antecedência, pela internet, fica mais barato do que comprar na hora (quanto mais cedo comprar, mais barato fica – igual passagem de avião). Porém o bilhete/passagem também pode ser comprado na hora, em máquinas espalhadas pela estação de trem ou na bilheteria.
Trem de alta velocidade tipo Freece - de Florença para Roma

Interior do trem de alta velocidade
Os trens regionais, chamados de “Regionale” (com muitas paradas no percurso) e “Veloce” (com menos paradas no percurso e, consequentemente, mais rápido) não tem assento marcado e não há variação de preço se comprando na internet ou na hora. Se decidir pela internet, este tipo de bilhete só fica disponível para compra com 7 dias de antecedência ao dia da viagem.
Trem Regionale - de Veneza para Pádua

Trem Regionale - de Lucca para Florença
O trem tinha primeiro andar e era novo

Interior do Trem Regionale - 1ª classe

Interior Trem Regionale - de Poggibonsi para Florença

Interior Trem Regionale - de Lucca para Florença
O trem tinha primeiro andar e era novo

Interior Trem Regionale - de Lucca para Florença
Fomos no primeiro andar
Nós compramos nossas passagens quando chegamos na Itália, a medida que íamos cumprindo nossa programação, nas máquinas que ficam espalhadas na estação de trem. Só precisamos ir à bilheteria para comprar o trecho Florença – Roma porque o sistema dos trens “Freece”, nos terminais, neste dia, estava fora do ar.

Aqui cabe um comentário: nas estações foi comum ver pessoas oferecendo ajuda aos turistas para utilizar a máquina para comprar passagem. Não aceite essa ajuda – pois fomos informados que muitas dessas pessoas estão ali para pedir dinheiro ou até mesmo roubar os turistas. Inclusive este aviso era dado pelo sistema de som da estação de trem e os guardas estavam sempre circulando e retirando-as da estação. Cuidado......se tiver dúvidas para utilizar as máquinas, procurar um funcionário uniformizado ou ir direto na bilheteria.






As máquinas são super simples de utilizar, podendo comprar com dinheiro (dá troco) ou cartão. Você escolhe a língua para as instruções da tela e vai seguindo o passo a passo: escolhe a origem e o destino da viagem, o dia da viagem, o horário e trem entre as opções disponíveis, classe, quantidade de passagem e forma de pagamento. Após a efetivação do pagamento, os bilhetes são impressos na hora. 
Loja de Trenitalia na estação Venezia Santa Lucia

Máquina par compra de bilhetes no saguão da estação Firenze Santa Maria Novella
As cidades estão sempre em italiano: lembrar que Veneza é Venezia, Florença é Firenze, Pádua é Padova, etc.... Algumas cidades tem mais de uma estação de trem, então atentar para este detalhe. Por exemplo: Veneza tem duas estações: a Venezia Mestre (que fica no continente, no bairro Mestre) e a Venezia Santa Lucia (que fica na ilha, no centro histórico); Florença também tem duas estações: a Firenze Santa Maria Novella (que fica no centro da cidade – perto dos principais pontos turísticos) e a Firenze Campo di Marte (que fica no subúrbio). Em Roma, a estação mais utilizada por turistas é a Termini, que inclusive faz ligação com o metro.

Os trens regionais tem opções de classe: primeira e segunda classe. Não vale a pena pagar mais caro pela primeira classe, pois os trechos são rápidos e não há “essa” diferença entre as classes. Até compramos um trecho na primeira classe para avaliarmos...mas não compensou....a única diferença era que o vagão era exclusivo para os bilhetes de primeira classe e o assento um pouco maior. Para os trens tipo “Freece” as variações de classe são maiores (consultar o site para saber mais), mas compramos a mais barata mesmo (inclusive por indicação da própria funcionária da Trenitalia) e o vagão e assento eram super confortáveis e limpos.
Interior Trem Regionale - 1ª classe

Interior Trem de alta velocidade tipo Freece - classe econômica

Um detalhe importante: os bilhetes dos trens regionais podem ser utilizados em até 60 dias após a sua aquisição. Por isso não vem a informação do dia, hora e trem impressa no bilhete (foto abaixo). Ou seja, é possível viajar em qualquer trem, em qualquer horário, dentro deste período, para o percurso comprado. Por isso não tem assento marcado, podendo inclusive viajar em pé, se o trem estiver muito cheio. Já nos trens tipo “Freece” todas as informações estão impressas no bilhete (foto abaixo), ou seja, só pode viajar no trem comprado.






Não esquecer: para os trens regionais (sem assento marcado) é necessário validar o bilhete, antes de entrar no trem, em pequenas máquinas verdes (foto ao lado) espalhadas na estação de trem. Após esta validação, deve-se utilizar o bilhete em até 6 horas. Se não validar e, durante a viagem, o fiscal passar verificando os bilhetes, paga uma multa alta. Nos trens tipo “Freece” esta validação não é necessária (pois os assentos são marcados e só pode viajar no trem comprado).









Informações úteis:
- plataforma de embarque chama-se “binario”.
Identificador da plataforma - letreiro com o número da plataforma e dados do trem

Identificador da plataforma - apenas o número da plataforma

Identificador do local onde o vagão do trem de alta velocidade tipo Freece irá parar - letreiro com o número do vagão

- no bilhete não consta o número da plataforma de embarque, tem que consultar no painel/letreiro de informações da estação de trem.

- no painel/letreiro de informações consta o destino final do trem (e seu destino pode ser no meio do percurso), portanto é importante saber qual o número do trem que irá pegar para se dirigir à plataforma correta.

- alguns trens não tem sistema de som ou painel luminoso para ir informando o nome das estações onde está parando. Ficar atento para a estação onde vai descer, pois o trem fica pouquíssimo tempo parado na estação. A dica é saber o percurso que o trem vai fazer para ir acompanhando as estações.
Letreiro no interior do trem indicando a próxima parada

Letreiro no interior do trem indicando as próximas paradas
Placa com o nome da estação de trem - onde o trem vai parando

Placa com o nome da estação de trem - onde o trem vai parando

- os trens tem maleiro em cima das cadeiras ou locais próprios para bagagem no início de alguns vagões. Como o trem fica pouco tempo parado em cada estação, deixar a bagagem em local de fácil acesso para não se atrapalhar na hora do desembarque.


A avaliação final foi super positiva. Os trens nos atenderam perfeitamente, tanto é que fizemos nossa viagem utilizando apenas os trens entre as cidades (não alugamos carro). Andamos em vários tipos de trem: simples, de primeiro andar, veloz, mais velho, mais novo....todos atenderam nossas necessidades, foram pontuais (tinha lido que os trens na Itália eram impontuais.....não tivemos este problema) e vazios (apenas o trecho entre Pádua – Florença estava cheio, mas como era com  assento marcado, não houve problema).

No próximo post, contarei (aqui) nossa experiência nos hoteis da Itália.

Cheiros.

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