Depois de conhecer Veneza, vamos curtir Pádua (Padova, em italiano), num pit stop no caminho para Florença.
Querendo ler os posts anteriores sobre Veneza:
- Como chegar a Veneza (clique aqui)
- Veneza: Ilhas de Murano e Burano (clique aqui)
Saímos
cedo de Veneza com destino à Florença, com parada em Pádua, para conhecer a
cidade onde viveu e está enterrado Santo Antônio (cresci numa casa com uma
imagem enorme de Santo Antônio no jardim – pois meu avó era devoto dele e
também se chamava Antônio – então não poderia deixar de visitar esta cidade), e
outros pontos turísticos bem interessantes.
Na
estação de trem Padova, no final do
corredor, quase em frente à plataforma 1, meio escondidinho, tem guarda-volumes
(deposito bagagli) onde deixamos as
malas. Depois passamos no balcão de informações turísticas para pegar o mapa da
cidade e as orientações de como chegar na Cappella
degli Scrovegni, pois queríamos comprar logo os ingressos. Se quiser
comprar o Padova Card (cartão que dá
descontos e vantagens em algumas atrações turísticas), aqui ele é vendido. Não
compramos, então não sei dizer se vale ou não a pena.
Dá
para conhecer todos os pontos turísticos a pé, porém se quiser ir mais rápido,
ou caminhar for um problema, tem o bonde elétrico (chamado de TRAM) que passa na frente da estação de
trem e circula por toda a cidade. O bilhete (válido por 24 horas) pode ser
comprado na tabacaria na entrada na estação de trem. Fizemos tudo a pé, sem
problema, pois os pontos turísticos são todos próximos. O mais distante é a
praça Prato della Valle (+/- 4 km da
estação de trem), mas mesmo assim, dá para ir andando.
Enfim,
saímos da estação de trem e fomos direto para a Cappella degli Scrovegni (bem pertinho da estação de trem) para
comprar os ingressos (conseguimos vaga para às 12 h). Como tínhamos tempo até o
horário da visita, fomos conhecer a praça Prato
della Valle, a Basilica di Santa
Giustina (que não estava na nossa programação, mas como ficava ao lado da
praça e, por fora é bem grandiosa, resolvemos entrar), e a Basilica di Sant´Antonio. Aí, já era hora de voltar para visitar a Cappella degli Scrovegni. Depois fomos
andando pela cidade, apreciando a arquitetura e prédios históricos, passando
pela Piazza dei Signori, pelo Palazzo della Ragione e terminando com a
visita guiada na Universidade de Pádua (Palazzo
del Bo). Como o Duomo (Basilica Cattedrale di Santa Maria Assunta)
e o Battistero estavam fechados, não
pudemos visitar...mais um motivo para voltar....kkkk
No
meio da tarde, após uma gostosa pizza e um maravilhoso gelatto, pegamos o trem com destino a Florença.
Um
bate-volta a partir de Veneza ou na viagem entre as cidades de Veneza e
Florença é mais que suficiente para conhecer a cidade e suas atrações. Tem
gente, inclusive, que fica hospedado em Pádua (por ser mais barato) e faz
bate-volta para Veneza (a distância é de apenas 37 km e a viagem de trem leva
26 minutos)...aí vai de cada um, né?
Agora
vamos aos detalhes de alguns locais visitados, pois farei posts exclusivos para
a Cappella degli Scrovegni, Basilica di Sant´Antonio e Palazzo del Bo.
Prato della Valle
A
praça, em formato elíptico, com 90.000 m2, é considerada a segunda maior praça
da Europa, perdendo apenas para a Praça Vermelha em Moscou. Ao seu redor está
um canal com duas fileiras de estátuas de pedra (40 no anel externo e 38 no
anel interno) representando cidadãos ilustes de Pádua: artistas, doges, papas e
cidadãos importantes. O nome Prato della
Valle, vem de “Pratum”, que
significa “campo sem pavimento ou grama utilizado para o comércio”, e “Valle”, que significa “terra baixa,
terreno côncavo que permitia inundações”.
Antes
era uma área pantanosa que foi revitalizada, em 1636, e transformada em teatro
aberto para espetáculos públicos: com encenações de batalhas a cavalos e música
(muma prévia das famosas óperas italianas). A partir de 1775, a área foi
recuperada e transformada em praça, quando durante as escavações para o sistema
de drenagem foram achados vestígios de uma antiga arena romana. Atualmente é
uma praça muito frequentada pela população para lazer ou simplesmente descanço.
Basilica di Santa Giustina
A Basilica di Santa Giustina (Santa Justina), ao lado da praça Prato della Valle, foi construída,
originalmente, no século VI, em estilo bizantino, em homenagem à Santa Justina,
martirizada no ano 304, junto com outros cristãos, numa arena romana que havia
no local. Ao longo dos anos passou por reformas e hoje constitui um complexo
com igreja, mosteiro e biblioteca.
A igreja não é “essa
maravilha”, porém impressiona pelo tamanho. Tem formato de cruz latina com
118,5 m de comprimento por 82 m de largura, sendo uma das maiores igrejas da
Itália. Conhecida pela simplicidade, sua fachada é mais interessante que o
interior. Cabe destacar a pintura de Veronese, no altar mor, de 1572, “Il martirio di Santa Giustina”, que
retrata o martírio da santa. Também vale a pena dar uma olhada na bela capela
do Santíssimo Sacramento, com teto todo decorado e belas esculturas em mármore.
Pintura "Il Martirio di Santa Giustina", de Veronese. |
Capela do Santíssimo Sacramento |
Nesta igreja estão enterrados
vários santos, além de Santa Giustina,
como San Prosdocimo, San Massimo, Santa Felicita, San Giuliano,
além das relíquias do apóstolo San
Mattia (Mateus) e do evangelista San
Lucca (Lucas).
Arca com relíquias de São Lucas |
Site:
Horário:
Diariamente: 7:30 às 12 h //
15 às 20 h (verão)
8
às 13 h // 15 às 20 h (inverno)
Ingresso:
Gratuito
Piazza dei Signori
A praça nasceu no século XIV,
com a demolição de um bairro que ficava em frente à Igreja de São Clemente, e
serviu de palco para os grandes eventos cívicos da cidade. A piazza é rodeada por belas arcadas, em
estilo medieval e renascentista, que abrigam pequenas lojas, cafés e bares.
No centro, em laranja, a Chiesa di San Clemente. |
Os prédios ao redor que
merecem destaque são o Palazzo del
Capitano (residência dos governadores da época) com enorme relógio astronômico
e um leão alado na fachada, a Loggia
della Gran Guardia (onde funcionava o Conselho dos Nobres e hoje é um
centro de convenções) e, a Chiesa di San
Clemente.
Palazzo della Ragione
O Palazzo della Ragione (Palácio da Razão), também conhecido como Il Salone, foi construído em 1218 para
sediar o Tribunal de Justiça e a Câmara do Conselho de Pádua, num formato de um
casco de navio virado de cabeça para baixo. Por fora aparente ser um prédio de
dois andares, mas trata-se de um grande salão retangular com 81 m de
comprimento, 27 m de largura e 27 m de altura, sem divisórias internas. O teto
é constituído por uma imensa abóbado de madeira em formado de carena de navio (parte
do casco do navio de fica submersa). Os afrescos originais,
atribuídos a Giotto, foram destruídos por um incêndio
em 1420,
tendo sido o salão redecorado entre 1420 a 1425 com afrescos de Nicola
Miretto com o tema “astrologia” (são 333 paineis, ilustrando os meses do ano,
com deuses, signos do zodíaco e atividades de cada estação).
O salão impressiona pelo
tamanho e também pela forma que o teto foi construído, sem divisão ou pilar,
sendo, inclusive, considerado o maior salão pêncil do mundo. Neste salão existe
um enorme cavalo de madeira, cópia de 1466 do monumento renascentista a Gattamelata (soldado mercenário que
prestou importante serviço à República de Veneza), de Donatello.
Da sacada é possível ter uma
vista completa das Piazza delle Erbe
e Piazza della Frutta, já que o
prédio fica exatamente entre elas. Nestas praças funcionavam, e ainda hoje
funcionam, respectivamente feiras de frutas, verduras e flores, e feira de
roupas (é isso mesmo....na praça Erbe,
futas; e na praça Frutta,
roupas....kkkk).
Vista da Piazza delle Erbe - das frutas. |
No térreo funciona um mercado
de alimentos, lojas, cafés e restaurantes.
Na bilheteria do palazzo tem uma folha (xérox – bem
artesanal), em italiano ou inglês, contando a história do local. Folder que é
bom, nada....kkk
Horário:
Terça a Domingo: 9 às 18:30 h
Ingresso:
4 euros
Duomo e Batistério
O Duomo, Basilica Cattedrale di
Santa Maria Assunta, foi construído em 1552, no mesmo local onde existiu
uma igreja ergida em 313 e posteriormente, após um terremoto, reconstruída no século XII. No século XVI, começou a ser
reformada, por ser considerada muito modesta quando comparada com as duas
outras basilicas da cidade, de Santo Antônio e de Santa Giustina, sendo parte
do projeto de autoria de Michelangelo.
Ao lado da igreja, há um Battistero,
datado do século XII, com domo e interior maravilhoso, totalmente decorado com
afrescos de Giusto de´Menebuot, com
episódios bíblicos: criação do mundo, os milagres de Cristo, sua crucificação e
ressureição.
Não visitamos o local pois
estava fechado – só abriria no final da tarde. Uma pena.
Horário:
Diariamente: 10 às 18 h (porém
tinha um aviso na porta dizendo que o horário era a partir das 16 h)
Ingresso:
3 euros (duomo) e 2,50 euros
(batistério) – não tenho certeza desses valores, apenas que a entrada é paga
Espero que ainda tenham
fôlego, pois no próximo post iremos conhecer a maravilhosa Cappella degli Scrovegni.
Cheiros
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