segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Cusco: Plaza de Armas e outras atrações

Cusco (“Qosqo”, em quichua, significa “umbigo do mundo”) é uma cidade de +/- 350.000 habitantes, no Vale Sagrado dos Incas, na região dos Andes, com 3.400 m de altitude. Sua economia gira em torno do turismo, sendo a porta de entrada para os turistas que pretendem visitar Machu Picchu (que é o local turístico mais visitado no Peru).


Sua fundação remota ao século XI ou XII, com a criação do Império Inca, quando tornou-se sua capital, tendo sido construída no formato de um Puma, com a praça central Haucaypata (atual Plaza de Armas) na posição que ocuparia o peito do animal, e a cabeça estaria localizada na colina onde está a fortaleza de Sacsayhuaman
Em 1526, os conquistadores espanhóis, liderados por Francisco Pizarro e seus irmãos, chegam às terras incas, e ao constatarem que eram terras ricas – com muito ouro e prata – voltam a Espanha para conseguir a aprovação para conquistar a região e transformá-la em vice-reinado. Francisco Pizarro retorna ao Peru, em 1532, no auge de uma guerra civil entre dois irmãos incas pelo poder, facilitando sua dominação.

Mesmo com menor número de soldados, apesar da sua superioridade tecnológica e tática, os espanhóis matam os dois irmãos Incas, garantindo a dominação deste império, destruindo e saqueando a cidade. Ainda é possível ver a diferença entre a construção inca (base dos edifícios) e a construção espanhola por cima. Inclusive, no grande terremoto de 1650, que devastou a região, a base inca manteve-se de pé, enquanto as construções espanholas vieram abaixo. Isto apenas demonstra a qualidade e técnicas utilizadas pelos Incas nas suas construções.

Por sua antiguidade e importância histórica, o centro da cidade e arredores conservam muitos edifícios, praças, ruas e templos de épocas anteriores a colonização espanhola, assim como construções coloniais.

Bem interessante as plaquinhas de identificação das ruas e praças do centro de Cusco. A flor Kantuta (típica do altiplano andino nas cores amarela, rosa e lilás) é considerada a flor nacional do Peru.


Aproveitei que o city tour que tinha comprado (leia aqui) era a tarde, e a manhã estava livre, fui logo trocar dinheiro numa casa de câmbio na Avenida El Sol, próximo à Plaza de Armas, e dar uma passadinha num supermercado para comprar água e lanchinhos rápidos (biscoitinhos, barrinha de cereal e balas de coca). Questões de ordem prática resolvidas...kkkk....aproveitei para  “turistar”.

Plaza de Armas – era o centro da cidade de Cusco na época Inca e foi o local onde o colonizador espanhol Francisco Pizarro declarou a conquista da cidade. Consiste numa praça rodeada de construções no estilo colonial espanhol, com balcões/varandas que formam uma passagem coberta sobre a rua. No centro da praça há uma fonte com uma estátua enorme do Inca Pachacutéc (mais importante dos governantes cusquenhos e fundador do império Inca, além de ser considerado um visionário, grande político e guerreiro feroz). Tudo gira em torno desta praça – principais pontos turísticos, restaurantes, lojas, serviços, etc (e por isso, é uma área muito bem iluminada, limpa e protegida por policiais). Sentar num dos banquinhos da praça ou nas escadarias da Catedral de Cusco (em frente à praça) e ficar observando os detalhes das construções ao redor e das pessoas que passam já é um atrativo turístico (isso se os vendedores de lembrancinhas/souvenirs deixarem – há muita abordagem para comprar os diversos produtos, mas nada agressivo, pelo contrário, são muito simpáticos e educados, apenas muito insistentes. Comprei algumas lembrancinhas apenas para pararem de insistir e poder voltar a olhar ao redor).
Visão da praça
Prédios em torno da praça
Monumento em homenagem a Pachacutéc no centro da praça
Policiamento sempre presente em torno da praça
Praça ao anoitecer
Museu Histórico Regional de Cusco – o museu funciona na casa onde morou Garcilaso de la Vega, famoso escritor mestiço, da época inicial da colonização espanhola, em torno de 1550/1560. O museu conserva móveis e objetos utilizados por ele, além de uma coleção de objetos pré-incaicos e incaicos, organizados de forma cronológica, que transforma a visita numa reconstrução histórica do período e da cultura local. Também é possível admirar um vasto acervo de quadros e esculturas do período colonial. O museu é muito organizado e completo, vale demais a visita com calma. Não é possível fotografar/filmar seu interior (apenas o pátio interno). Se conseguir fazer a visita guiada com um funcionário do museu é ainda melhor, pois ele vai explicando tudo bem direitinho e de forma interessante (tem horários para estas visitas, sem custo adicional). Acho que, se fizer esta visita, pode dispensar o Museu Inka.
Faz parte do Boleto Turístico (explico melhor oBoleto Turístico aqui).
Fachada do Museu
Recepcionista do museu em trajes típicos
Igreja da Companhia de Jesus – igreja construída pelos jesuítas em 1571, em estilo barroco, com um impressionante altar esculpido em madeira e revestido em ouro, além de lindos quadros que adornam as paredes laterais. Bem menor que a Catedral de Cusco, porém vale a pena visitar com calma, para apreciar todos os detalhes e belezas. Aqui também não é possível fotografar/filmar seu interior (questão de segurança e preservação). Dentro da igreja existem guias que oferecem seus serviços para contar a história e curiosidades da igreja. Não contratei a guia, por conta do pouco tempo que tinha disponível para visitar a igreja, mas confesso que me arrependi, pois a igreja é muito bonita e merece ser visitada ouvindo sua história.
O ingresso custa 10 soles.
Monastério de Santa Catalina de Sena – na época dos Incas este local, chamado de Templo das Virgens do Sol, era utilizado como lar para jovens, escolhidas por sua beleza e inteligência, para serem esposas do Deus Sol e outros deuses cultuados pelos Incas, tendo que permanecer virgens até sua morte e praticamente sem contato com o mundo exterior. Sua função era tecer tecidos finos para a nobreza e preparar as bebidas das cerimônias Incas (fala-se que existiam 3.000 virgens neste local quando os espanhóis chegaram a Cusco). Sobre suas ruínas, foi fundado em 1601, o Convento de Santa Catalina de Sena, por Dona Isabel Rivera de Padilla – em homenagem a Catalina Benincasa (1347 a 1380), rica jovem italiana que virou freira contra a vontade dos pais, e tornou-se conhecida pelos cuidados com os doentes do tempo da peste, sendo canonizada em 1461 pelo Papa Pio II. Atualmente, o convento abriga 13 freiras, em regime de clausura, tendo sido convertido, em 1975, em museu de arte sacra, com peças barrocas, esculturas e quadros. As instalações que eram utilizadas pelas freiras foram mantidas na sua forma original, inclusive com algumas bonecas, que simulam a rotina do local, como cozinha, área de refeições e quartos. Aqui também não é possível fotografar/filmar seu interior (questão de segurança e preservação.
O ingresso custa 10 soles.
Entrada do Convento
Pedra de 12 Ângulos – descobri por acaso...kkkk...estava passando na rua e vi aquele “monte de japa” em fila para tirar foto numa parede de pedras. Parei  perguntei o que era e me explicaram que era a famosa Pedra de 12 ângulos....imagine minha cara!!!! Hã???? kkkkkk......A pedra fica numa parede da Calle Hatunrumiyoc, continuação da Calle Triunfo, rua lateral da Catedral de Cusco. Todo mundo dá uma paradinha para apreciar e contar os ângulos (diga-se de passagem, eu precisei contar duas vezes para ter certeza que eram 12 ângulos...kkkk....atrapalhando a fila “dos japas”...e ainda pedi para tirarem uma foto minha - aí eles adoraram....adoram fotos, né?). Em alguns horários, tem um homem caracterizado de Inca para fotos (lembrar de dar a “propina” – que é a gorjeta pela foto).

Mostrando os 12 ângulos
Museu Inka – museu arqueológico, que pertence a Universidade Nacional de San Antonio Abad del Cusco, com grande acervo da cultura  Inca - objetos, cerâmicas, móveis, jóias e múmias (dando uma noção de como os corpos eram embalsamados e enterrados). Achei o museu com aspecto de abandono e com muita poeira. Como já tinha visitado o Museu Histórico Regional de Cusco, não achei muita graça neste aqui. Valeu apenas pelas múmias.

O ingresso custa 10 soles.


Pátio Interno do Museu (construção estilo colonial espanhola)

Senhora em trajes típicos num tear manual no Pátio Interno do Museu
E a manhã acabou.

Aproveitei para almoçar no restaurante Don Tomás, bem pertinho da Plaza de Armas, com cardápio variado e comida gostosa. Gostoso mesmo é o pedaço de milho de entrada.


Depois voltei para o hotel para aguardar a agência que iria me levar para o city tour. Leia no próximo post.

Cheiros.

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