Cusco
(“Qosqo”, em quichua, significa
“umbigo do mundo”) é uma cidade de +/- 350.000 habitantes, no Vale Sagrado dos
Incas, na região dos Andes, com 3.400 m de altitude. Sua economia gira em torno
do turismo, sendo a porta de entrada para os turistas que pretendem visitar
Machu Picchu (que é o local turístico mais visitado no Peru).
Sua
fundação remota ao século XI ou XII, com a criação do Império Inca, quando
tornou-se sua capital, tendo sido construída no formato de um Puma, com a praça
central Haucaypata (atual Plaza
de Armas) na posição que ocuparia o peito do animal, e a cabeça estaria
localizada na colina onde está a fortaleza de Sacsayhuaman.
Em
1526, os conquistadores espanhóis, liderados por Francisco Pizarro e
seus irmãos, chegam às terras incas, e ao constatarem que eram terras ricas –
com muito ouro e prata – voltam a Espanha para conseguir a aprovação para
conquistar a região e transformá-la em vice-reinado. Francisco Pizarro
retorna ao Peru, em 1532, no auge de uma guerra civil entre dois irmãos incas
pelo poder, facilitando sua dominação.
Mesmo
com menor número de soldados, apesar da sua superioridade tecnológica e tática,
os espanhóis matam os dois irmãos Incas, garantindo a dominação deste império,
destruindo e saqueando a cidade. Ainda é possível ver a diferença entre a
construção inca (base dos edifícios) e a construção espanhola por cima.
Inclusive, no grande terremoto de 1650, que devastou a região, a base inca
manteve-se de pé, enquanto as construções espanholas vieram abaixo. Isto apenas
demonstra a qualidade e técnicas utilizadas pelos Incas nas suas construções.
Por sua antiguidade e
importância histórica, o centro da cidade e arredores conservam muitos
edifícios, praças, ruas e templos de épocas anteriores a colonização espanhola,
assim como construções coloniais.
Bem
interessante as plaquinhas de identificação das ruas e praças do centro de
Cusco. A flor Kantuta (típica do
altiplano andino nas cores amarela, rosa e lilás) é considerada a flor nacional
do Peru.
Aproveitei
que o city tour que tinha comprado (leia aqui) era a tarde, e a manhã estava livre, fui logo trocar dinheiro numa casa de
câmbio na Avenida El Sol, próximo à Plaza de Armas, e dar uma passadinha num
supermercado para comprar água e lanchinhos rápidos (biscoitinhos, barrinha de
cereal e balas de coca). Questões de ordem prática resolvidas...kkkk....aproveitei
para “turistar”.
Plaza de Armas – era o centro
da cidade de Cusco na época Inca e foi o local onde o colonizador espanhol
Francisco Pizarro declarou a conquista da cidade. Consiste numa praça rodeada
de construções no estilo colonial espanhol, com balcões/varandas que formam uma
passagem coberta sobre a rua. No centro da praça há uma fonte com uma estátua
enorme do Inca Pachacutéc (mais importante dos governantes cusquenhos e
fundador do império Inca, além de ser considerado um visionário, grande
político e guerreiro feroz). Tudo gira em torno desta praça – principais pontos
turísticos, restaurantes, lojas, serviços, etc (e por isso, é uma área muito
bem iluminada, limpa e protegida por policiais). Sentar num dos banquinhos da
praça ou nas escadarias da Catedral de Cusco (em frente à praça) e ficar
observando os detalhes das construções ao redor e das pessoas que passam já é
um atrativo turístico (isso se os vendedores de lembrancinhas/souvenirs
deixarem – há muita abordagem para comprar os diversos produtos, mas nada
agressivo, pelo contrário, são muito simpáticos e educados, apenas muito
insistentes. Comprei algumas lembrancinhas apenas para pararem de insistir e
poder voltar a olhar ao redor).
Visão da praça |
Prédios em torno da praça |
Monumento em homenagem a Pachacutéc no centro da praça |
Policiamento sempre presente em torno da praça |
Praça ao anoitecer |
Museu Histórico
Regional de Cusco – o museu funciona
na casa onde morou Garcilaso de la Vega, famoso escritor mestiço, da época
inicial da colonização espanhola, em torno de 1550/1560. O museu conserva
móveis e objetos utilizados por ele, além de uma coleção de objetos
pré-incaicos e incaicos, organizados de forma cronológica, que transforma a
visita numa reconstrução histórica do período e da cultura local. Também é
possível admirar um vasto acervo de quadros e esculturas do período colonial. O
museu é muito organizado e completo, vale demais a visita com calma. Não é
possível fotografar/filmar seu interior (apenas o pátio interno). Se conseguir
fazer a visita guiada com um funcionário do museu é ainda melhor, pois ele vai
explicando tudo bem direitinho e de forma interessante (tem horários para estas
visitas, sem custo adicional). Acho que, se fizer esta visita, pode dispensar o
Museu Inka.
Faz parte do Boleto Turístico (explico melhor oBoleto Turístico aqui).
Fachada do Museu |
Recepcionista do museu em trajes típicos |
Igreja
da Companhia de Jesus
– igreja construída pelos jesuítas em 1571, em estilo barroco, com um
impressionante altar esculpido em madeira e revestido em ouro, além de lindos
quadros que adornam as paredes laterais. Bem menor que a Catedral de Cusco,
porém vale a pena visitar com calma, para apreciar todos os detalhes e belezas.
Aqui também não é possível fotografar/filmar seu interior (questão de segurança
e preservação). Dentro da igreja existem guias que oferecem seus serviços para
contar a história e curiosidades da igreja. Não contratei a guia, por conta do
pouco tempo que tinha disponível para visitar a igreja, mas confesso que me
arrependi, pois a igreja é muito bonita e merece ser visitada ouvindo sua história.
O
ingresso custa 10 soles.
Monastério de Santa Catalina de Sena – na época dos Incas este local, chamado de Templo das Virgens do
Sol, era utilizado como lar para jovens, escolhidas por sua beleza e
inteligência, para serem esposas do Deus Sol e outros deuses cultuados pelos
Incas, tendo que permanecer virgens até sua morte e praticamente sem contato
com o mundo exterior. Sua função era tecer tecidos finos para a nobreza e
preparar as bebidas das cerimônias Incas (fala-se que existiam 3.000 virgens
neste local quando os espanhóis chegaram a Cusco). Sobre suas ruínas, foi fundado
em 1601, o Convento de Santa Catalina de Sena, por Dona Isabel Rivera de
Padilla – em homenagem a Catalina Benincasa (1347 a 1380), rica jovem italiana
que virou freira contra a vontade dos pais, e tornou-se conhecida pelos
cuidados com os doentes do tempo da peste, sendo canonizada em 1461 pelo Papa
Pio II. Atualmente, o convento abriga 13 freiras, em regime de clausura, tendo
sido convertido, em 1975, em museu de arte sacra, com peças barrocas,
esculturas e quadros. As instalações que eram utilizadas pelas freiras foram
mantidas na sua forma original, inclusive com algumas bonecas, que simulam a
rotina do local, como cozinha, área de refeições e quartos. Aqui também não é
possível fotografar/filmar seu interior (questão de segurança e preservação.
O ingresso custa 10 soles.
Entrada do Convento |
Pedra
de 12 Ângulos
– descobri por acaso...kkkk...estava passando na rua e vi aquele “monte de
japa” em fila para tirar foto numa parede de pedras. Parei perguntei o que era e me explicaram que era a
famosa Pedra de 12 ângulos....imagine minha cara!!!! Hã???? kkkkkk......A pedra
fica numa parede da Calle Hatunrumiyoc, continuação da Calle Triunfo, rua
lateral da Catedral de Cusco. Todo mundo dá uma paradinha para apreciar e
contar os ângulos (diga-se de passagem, eu precisei contar duas vezes para ter
certeza que eram 12 ângulos...kkkk....atrapalhando a fila “dos japas”...e ainda
pedi para tirarem uma foto minha - aí eles adoraram....adoram fotos, né?). Em
alguns horários, tem um homem caracterizado de Inca para fotos (lembrar de dar
a “propina” – que é a gorjeta pela foto).
Museu
Inka
– museu arqueológico, que pertence a Universidade Nacional de San Antonio Abad
del Cusco, com grande acervo da cultura Inca - objetos, cerâmicas, móveis, jóias e
múmias (dando uma noção de como os corpos eram embalsamados e enterrados).
Achei o museu com aspecto de abandono e com muita poeira. Como já tinha
visitado o Museu Histórico Regional de Cusco, não achei muita graça neste aqui.
Valeu apenas pelas múmias.
O
ingresso custa 10 soles.
Pátio Interno do Museu (construção estilo colonial espanhola) |
Senhora em trajes típicos num tear manual no Pátio Interno do Museu |
Aproveitei
para almoçar no restaurante Don Tomás, bem pertinho da Plaza de Armas, com
cardápio variado e comida gostosa. Gostoso mesmo é o pedaço de milho de
entrada.
Depois voltei para o hotel para aguardar a agência que iria me levar para o city tour. Leia no próximo post.
Cheiros.
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