Mais um dia em Florença. A parte 1 pode ser lida aqui.
Outros locais que visitamos em Florença:
Piazza della Signoria
A Piazza della Signoria constitue o coração da vida social e política de Florença, bastante
frequentada por turistas, pela beleza arquitetônica dos edifícios e também
pelas inúmeras esculturas a céu aberto. Foi palco do parlamento, uma espécie de reunião pública onde a população era
convocada pelas badaladas do sino, que ficava no alto do Palazzo Vecchio (sede do governo), que também servia para anunciar
incêndios, enchentes e ataques inimigos. Também foi palco das execuçãos de Franceso Pazzi, em 1478, por conspirar
para assassinar Lorenzo di Medici e
seu irmão Giuliano, que acabou
morrendo nesta tentativa de golpe, para tirar a família Medici do poder; e do
líder religioso Girolamo Savonarola,
em 1498, que era um padre dominicano que após entrar em conflito com a
autoridade papal, foi excomungado em 1497 e entregue às autoridades para
execução em 1498.
Destaque para a Fontana di Netuno
(construída entre 1563 e 1565), do artista Bartolomeo
Ammannati, onde o deus romano do mar é retratado cercado por ninfas
marinhas e representa as vitórias navais da Toscana. Uma riqueza de detalhes
impressionante.
Fontana di Netuno |
Detalhe estátua Netuno - frente |
Detalhe estátua Netuno - costas |
Hércules e Caco |
Cosimo I |
Na praça estão o Palazzo Vecchio,
que foi sede do governo, e a Loggia dei
Lanzi, uma espécie de alojamento para os guardas-costas dos grão-duques da
época. Várias esculturas estão em exposição na Loggia, com destaque para a escultura Ratto delle Sabine (Rapto da Sabina), de 1582, do artista Giambologna, representando um belo jovem
oprimindo um velho e levando a força uma menina, que foi esculpido em um único
bloco de mármore....uma coisa linda.....e, a escultura em bronze Perseu, de 1554, do artista Cellini, que retrata o semideus da
mitologia grega, decapitando Medusa,
representando um aviso para os inimigos de Cosimo
I.
Loggia dei Lanzi |
Estátua "Ratto delle Sabine" |
Estátua "Perseu" |
A praça é bem movimentada com muitos turistas admirando e tirando foto. Vale a pena gastar alguns minutos apreciando detalhadamente as esculturas e os edifícios ao redor, e claro, tirar muitas fotos.
Palazzo Vecchio
O Palazzo Vecchio (Palácio
Velho), onde funciona a Prefeitura de Florença e um museu, foi construído, com
projeto do arquiteto Arnolfo di Cambio,
entre 1299 e 1322, para abrigar a sede do governo da República Florentina, com
o nome de Palazzo della Signoria,
mudando, posteriormente, para Palazzo dei
Priori e Palazzo Ducale. Recebeu
o nome atual, em 1565, quando a corte do grão-duque Cosimo I mudou-se para o novo Palazzo
Pitti.
Neste período, em 1565, o arquiteto Giorgio
Vasari, construiu, a mando do grão-duque Cosimo I, o chamado Corredor Vasariano,
corredor que ligava o Palazzo Vecchio
ao Palazzo Pitti, passando por cima
da Ponte Vecchio, para que a família Medici pudesse circular entre o palácio
do governo e sua residência sem se misturar com o “povão”.
O prédio é dividido em três andares com cornijas (faixas em destaque)
separando cada um deles e duas grandes fileiras de janelas em estilo neogótico.
No topo, um alpende é sustentado por vários arcos, onde logo abaixo estão
pintados os brasões da República Florentina, e uma grande torre com 94 metros
de altura, chamada de Torre Arnoldo.
Em cima da porta de entrada há um painel decorativo em mármore (de 1528) com o
Monograma de Cristo ao centro, ladeado por dois leões, onde estão inscritas as
palavras “Rex Regum et Dominus
Dominantium”, Jesus Cristo, Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.
Não visitamos o espaço, apenas entramos no primeiro salão – chamado de
“pátio de Vasari” – onde ao centro, em substituição ao antigo poço foi colocada
uma fonte com a estátua em bronze Putto
com Delfino (1476), de Verrocchio.
A estátua original foi transferida, em 1959, para um terraço no segundo andar
do palácio, ficando em seu lugar uma réplica.
Horário:
Outubro a Março
Museu: Sexta a Quarta: 9 às 19
h // Quinta: 9 às 14 h
Torre: Sexta a Quarta: 10 às
17 h // Quinta: 10 às 14 h
Abril a Setembro
Museu: Sexta a Quarta: 9 às 23
h // Quinta: 9 às 14 h
Torre: Sexta a Quarta: 9 às 21
h // Quinta: 9 às 14 h
Ingresso:
Museu + Torre: 14 euros (se ingresso individual - 10 euros cada)
Uffizi
A Galleria degli Uffizi é
considerada o maior museu de arte da Itália, tendo sido construída, com projeto
de Vasari, entre 1560 e 1580, para abrigar
os escritórios (uffizi) dos treze
magistrados (altos funcionários do governo) do grã-duque Cosimo I, que ficavam espalhados por vários prédios em Florença.
Fica ao lado do Palazzo Vecchio, que
era a sede do governo na época (e também residência da família Medici – que mudou-se para o Palazzo Pitti em 1565). O prédio foi
concluído na gestão de seu filho, o grão-duque Francesco I, que utilizou a galeria do último andar para expor os
tesouros da família Medici, a partir
de 1581. Com o fim da era Medici, no século XIX, a coleção de
obras de arte foi dividida, com os objetos antigos indo para o Museo
Arqueológico, as esculturas para o museu Bargello
e apenas as pinturas ficando na Uffizi.
O prédio em formato de “U”, com colunas dóricas e várias arcadas para dar
amplitude ao estreito pátio formado pelo prédio, sofreu alterações ao longo dos
anos e, atualmente é dividido em várias salas que recebem o nome do artista de
maior importância exposto, com obras de Leonardo
da Vinci, Paolo Uccello, Rafael, Botticelli, Michelangelo, Tiziano, Caravaggio,
Dürer e tantos outros.
Na fachada estão vinte e oito estátuas homenageando homens ilustres da
Toscana, colocadas lá entre 1842 e 1856, como
Leonardo da Vinci, Maquiavel, Donatello, Giotto, Pisano e outros.
Estátua de Pisano |
Estátua de Maquiavel |
Site:
http://www.uffizi.firenze.it
Horário:
Terça a Domingo: 8:15 às 18:50
h // Segunda: fechado
Ingresso:
8 euros
Ponte Vecchio
A Ponte Vecchio (Ponte Velha) foi
construída em 1345, com projeto de Taddeo
Gaddi – aluno de Giotto, no mesmo
local onde existiram pontes anteriores, desde a época dos romanos, para
travessia do Rio Arno. Inicialmente ocupada por ferreiros, açougueiros e
curtidores de couro que jogavam muito lixo no rio e faziam muito barulho, o que
desagradou bastante a vizinhança que conseguiu o apoio do grão-duque Ferdinando I para expulsá-los em 1593,
substituindo por joalheiros e ourives.
A parte superior, chamada de Corredor Vasariano, foi construída em 1565,
por Giorgio Vasari, a mando do
grão-duque Cosimo I, para que a família Medici
pudesse circular entre o palácio do governo e sua residência (corredor que
ligava desde o Palazzo Vecchio até o Palazzo Pitti passando por cima da Ponte Vecchio), sem se misturar com o
“povão”.
Foi a única ponte que sobreviveu à Segunda Guerra, dizem que por uma ordem
expressa de Hittler, e ainda hoje é tomada por antiquários e joalherias....cada
loja mais linda que a outra...e os preços também acompanham a beleza das
peças....super caras....kkkk...apenas cruzamos a ponte e olhamos as
vitrines.....kkkk
Palazzo Pitti
A construção do Palazzo Pitti foi
iniciada pelo banqueiro Luca Pitti,
com projeto do arquiteto Brunelleschi,
em 1457, com a intenção de superar a família Medici na ostentação de riqueza e poder, apesar se serem famílias
amigas. Com a falência do banqueiro, em 1464, o prédio ficou inacabado, sendo
vendido para a família Medici, em
1549. Inicialmente, era utilizado para hospedar oficiais e algumas funções da
corte, já que a residência oficial da família Medici era o Palazzo Vecchio.
O estilo robusto do prédio foi inspirado na arquitetura romana, com foco na
segurança, com paredes muito grossas e pequenas janelas elevadas, o que deu um
aspecto agressivo, porém moderno ao edifício. Foi bastante ampliado, entre os
anos de 1557 e 1566, pelo arquiteto Bartolomeo
Ammannati, a mando de Eleanora de
Toledo, esposa do grão-duque Cosimo I,
para em 1565, tornar-se a residência oficial da família Medici. Nesta mesma época, o terreno dos fundos foi adquirido para
criar um grande jardim, Giardino di
Boboli, que ficou ligado ao edifício principal, por uma espécie de pátio (cortile).
Com o fim da era Medici, com a morte, em 1737, do seu último representante homem, Gian Gastone de´Medici, e da sua irmã Ana Maria Luisa de´Medici, em 1743, o palácio passou para a família Lorena, que sucedeu a família Medici no governo de Florença. No século XIX serviu de base militar para Napoleão Bonaparte, e por um breve período como residência oficial dos Reis da Itália. No século XX foi doado ao povo italiano por Vittorio Emmanuele III, penúltimo rei da Itália, transformando-o em museu público.
Atualmente funciona como vários museus, num único local, para os incontáveis tesouros dos Medici, da família Lorena e outros quadros e objetos italianos: Galleria Palatina e Appartamenti Reali, Galleria d´Arte Moderna, Galleria del Costume, Museo degli Argenti, Museo delle Porcellane e Giardino di Boboli.
Galleria Palatina – área com inúmeras obras de Botticelli,
Tiziano, Perugino, Andrea del Sarto, Raffaello, Tintoretto, Veronese, Giorgione
e Gentileschi. A galeria é dividida
em 28 salas com mais de 500 obras sendo exibidas sem uma ordem cronológica.
Galleria del Poccetti |
Appartamenti Reali – ao lado da Galleria Palatina
ficam os aposentos reais, que serviram de residência para a família Medici, com adornos luxuosos e vários
afrescos de artistas florentinos, além de inúmeros retratos dos Medici feitos pelo pintor flamengo Justus Sustermans, que trabalhou na
corte de 1619 a 1681. A Sala do Trono é
impressionante. Os quartos reais chamam a atenção pelo tamanho das camas: ô
povo pequeno....kkkk.
Sala do Trono |
Capela |
Quarto da Rainha |
Galleria del Costume – área inaugurada em 1983, com exposição de várias roupas, mostrando a
mudança da moda na Itália do fim do século XVIII até a década de 1920.
Museo degli Argenti (Museu da Prata) – salas onde estão expostos vários objetos preciosos,
como louças romanas, objetos de marfim, tapetes e cristais. Destaque para as
jarras pietre dure (com pedras preciosas
incrustadas) que pertenceram a Lorenzo,
o Magnífico, e a coleção de joias da última representante da família Medici que viveu no palácio, Ana Maria Luisa.
Museo delle Porcellane – exposição de porcelanas de várias partes da Europa, que foram dadas de
presente ás famílias Lorena e Savoy, num prédio localizado no Giardino di Boboli, o Cassino del Cavaliere, uma espécie de
sala de aula e jogos da época da família Medici.
Giardino di Boboli – os jardins foram projetados após a compra do palácio, pela família Medici, em estilo renascentista. A parte
mais próxima do palácio possui sebes bem podadas com padrões geométricos
perfeitos. Também existem várias grutas, fontes e estátuas enfeitando o jardim.
E aqui demos a maior bobeira, pois nos atrapalhamos na compra do ingresso e
compramos apenas o que dava acesso à Galleria
Palatina com os Appartamenti Reali
e a Galleria d´Arte Moderna, sem
acesso aos jardins, e ás áreas das roupas, joias e porcelanas...pense numa
raiva...Das janelas do palácio deu para perceber que o jardim é lindo. Mais um
motivo para voltar à Itália....kkkkk
Horário:
Galleria Palatina e Galleria
d´Arte Moderna: Terça a Domingo: 8:15 às 18:50 h // Segunda: fechado
Galleria del Costume, Museo
degli Argenti, Museo delle Porcellane e Giardino di Boboli: Diariamente: 8:15
às 16:30 h (novembro a fevereiro) // 8:15 às 17:30 h (março) // 8:15 às 18:30 h
(abril, maio, setembro e outubro) // 8:15 às 18:50 h (junho a agosto)
Ingresso:
Galleria Palatina + Galleria d´Arte Moderna: 13 euros
Galleria del Costume + Museu degli Argenti + Museo delle Porcellane + Giadrdino di Boboli + Giardino Barbine: 10 euros
Galleria del Costume + Museo degli Argenti + Musei delle Porcellane + Giardino di Bobolo: 7 euros
Basílica Santa Croce
A Basilica di Santa Croce (Santa
Cruz) é uma igreja da ordem franciscana, construída entre 1294 e 1444, com
projeto provavelmente atribuído a Arnolfo
di Cambio, em estilo neo-gótico, no mesmo local onde existia uma pequena
capela fransciscana. Sua fachada, revestida em
mármore, nas cores branca, vermelha, verde e preta, só foi concluída entre 1857
e 1865, com projeto do arquiteto Niccolò
Matas, ficando durante quatro séculos inacabada. A estrela de Davi, na
parte superior da fachada, apesar de ser considerada como um símbolo cristão,
dizem que, na verdade, foi uma homenagem à religião judaica do arquiteto. Os
três paineis acima das portas, muito bonitos, representam a Lenda da Verdadeira
Cruz (em referência a Santa Cruz que é homenageada no nome da igreja): o
encontro da Cruz (do escultor Titto
Sarrocchi), a exaltação da Cruz (do escultor Giovanni Duprè) e a visão de Constantino sobre a Cruz (do escultor Emilio Zocchi). A porta de entrada é
enorme e simplesmente linda, toda em madeira trabalhada. O portal, em mármore,
também é um riqueza de detalhes.
Do lado esquerdo da igreja, em 1865, foi colocado um monumento dedicado a Dante Alighieri, grande poeta, escritor
e político italiano, do escultor Enrico
Pazzi, em homenagem ao seu 500º aniversário de nascimento.
A igreja, inicialmente abrigou túmulos de pessoas comuns (comuns, porém
ricas...kkkk) de Florença, que doavam grandes somas (utilizado na construção e
decoração da igreja) para terem o direito de serem enterrados aqui (existem
mais de 250 túmulos de mármore no piso da igreja) mas com o tempo passou a
abrigar os monumentos fúnebres de florentinos ilustres, como arquitetos,
pintores, escritores, historiadores e políticos importantes, o que a tornou
conhecida como o “Panteão de Florença” (panteão = mausoléu de pessoas
ilustres).
Um dos túmulos "comuns" no piso da igreja |
Vale mencionar os monumentos fúnebres de Michelangelo, com projeto do artista Vasari, com três esculturas (de artistas diversos) simbolizando a
Pintura, a Escultura e a Arquitetura, tristes com a morte do grande mestre,
além de um busto em sua homenagem; e de Galileo,
com um busto em sua homenagem e duas esculturas simbolizando a Astronomia e a
Geometria, impressionantes, além de Machiavelli,
Ugo Foscolo, Lorenzo Bartolini, Leon
Battista Alberti, e outros artistas ilustres, até mesmo Dante Alighieri, apesar dele estar
enterrado em Ravenna, onde morreu (o túmulo aqui está vazio, apenas foi
construído em sua homenagem).
Monumento fúnebre de Michelangelo |
Monumento fúnebre de Galileo |
Monumento fúnebre de Dante Alighieri |
O altar mor com lindos vitrais do artista Agnolo Gaddi, de 1380, retratam a história da Santa Cruz, e dão um
lindo colorido ao espaço. A grande cruz acima do altar foi pintada pelo Maestro di Figline e a pintura principal
do altar com a Madonna, ao centro, do
artista Niccolò Gerini, ladeada pelos Doutores da Igreja, dos artistas Giovanni del Biondo e outro artista
desconhecido.
O complexo, além da Basilica,
ainda abriga o Sotterranei, o Campanile, a Cappella Pazzi, o Chiostro
e o Museo dell´Opera.
O Sotterranei foi a primeira
parte da igreja a ser construída (uma espécie de porão), abaixo da área do
transepto da igreja, para abrigar os diversos túmulos que a igreja recebia. Com
a grande enchente de 1844, a área ficou inundada e deteriorada, apenas sendo
restaurada no século XX.
O Campanile foi construído entre
1847 e 1865, com 78,45 m de altura, com projeto de Gaetano Baccani, em substituição à torre original que caiu em 1512.
A construção da Cappella Pazzi,
na lateral da igreja, de frente para os jardins dos claustros, com projeto do
arquiteto Filipo Brunelleschi,
iniciada em 1422, ficou inacabada, pois a família Pazzi sofreu retaliações (exílio e morte) por ter participado da
conspiração contra a famíla Medici.
O Chiostro (claustro) é dividido
em duas áreas: o chamado Chiostro di
Arnolfo e o Chiostro di Brunelleschi,
por terem sido projetadas por estes arquitetos. Era onde funcionava o convento
dos monges franciscanos. Dividindo os jardins, ficava o refeitório do convento,
que atualmente abriga o Museo dell´Opera
com exposição de afrescos, pinturas e vitrais, além do fantástico crucifixo
gigante pintado por Cimabue, no
século XIII.
Chiostro di Arnolfo |
Site:
http://www.santacroceopera.it
Horário:
Segunda a Sábado: 9:30 às 17 h
// Domingo: 14 às 17 h
Ingresso:
6 euros
No próximo post, Siena.
Nenhum comentário:
Postar um comentário